

Como pode alguém chamar-se apaixonado por Jesus, sabendo que permanece no pecado? Como seguidores de Cristo, declaramos que somos livres do poder do pecado; testemunhamos que a cruz nos redimiu totalmente da escravidão à iniqüidade. Mesmo assim multidões de crentes continuam amarrados à luxúria, hábitos, ressentimentos, amarguras. Aonde estão tais cristãos, você se pergunta. Estão ao seu redor. Você os encontra todo domingo, adorando nas igrejas. Levantam as mãos em louvor a Deus por lhes haver libertado.
Testemunham a outros que o poder de Cristo liberta da iniqüidade. Mas não abandonam seus pecados íntimos.
Tristemente muitos destes cristãos acreditam que nada pode libertá-los das garras do pecado. Tentam todos os métodos conhecidos para se libertarem do cativeiro, mas não há oração, aconselhamento ou sermão de convencimento que possa ajudar. O pecado continua entrelaçado ao redor de seus corações como uma serpente, até tomar controle de toda sua vida. E acabam trazendo sobre si uma carga agonizante de culpa e condenação.
Paulo pergunta: “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais abundante? De modo algum. Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?” (Romanos 6:1-2). Paulo maravilhado diz: “Recebemos essas bênçãos inacreditáveis em Cristo: fomos batizados nEle, sepultados e ressuscitados com Ele, amoldados à semelhança de Sua morte. Portanto, como poderemos permanecer no pecado?” O fato é que, quanto mais tempo consentimos com aquele pecado que nos assedia, mais forte ele se agarra a nós. É um câncer que se ramifica por todo nosso ser, contaminando todos os nossos pensamentos e ações. Seu poder de deterioração despeja destruição em todas as áreas de nossas vidas – desde nosso caminhar com Cristo, até em nossos relacionamentos, e em cada coisa que tocamos.
Ademais, o pecado nunca morre por si mesmo. Se não é arrancado pela raiz e destruído, ele toma posse do trono de nossa vida. Primeiramente ele afeta sua consciência causando a perda do discernimento. A diferença entre o certo e o errado começa a ficar anuviada e a se tornar indistinta. Então a voz do pecado ganha o seu ouvido. Paulatinamente ela começa a justificar sua lascívia – fornecendo-lhe até argumentos bíblicos como justificativa. Finalmente, você desenvolve resistência aos sermões e não responde mais à condenação do Espírito Santo.
Eu vi, em primeira mão, os horrores de um homem de Deus que permitiu que seu coração se endurecesse. Era um ministro, amigo meu, que pastoreava uma grande igreja. Deus abençoou poderosamente este homem, ungindo seus sermões com o fogo e o poder do Espírito Santo. Porém este ministro abrigava uma secreta lascívia sexual. Com o tempo começou a ceder a ela – e por fim foi pego no ato de adultério. Deus foi misericordioso com meu amigo. Presbíteros e líderes piedosos da igreja disciplinaram o pastor e logo o reconduziram ao ministério. Cada vez que a lascívia sexual surgia no seu coração, o Espírito Santo fielmente tratava com ele acerca dela. Mas este homem nunca enfrentou com seriedade o seu pecado. Nunca inclinou o coração para ouvir a voz do Espírito.
Eu estava lá na noite em que tudo foi descoberto novamente. Cinco mulheres vieram à frente, e confessaram ter caso com ele. Algumas até disseram que haviam tido relações sexuais pouco antes de ele subir ao púlpito para pregar. Um amigo meu mais tarde perguntou ao pastor: “Como pôde a sua consciência permitir que você fizesse isto? Como pôde ter relações ilícitas e depois se dispor a pregar da palavra santa de Deus?” O pastor respondeu com um sorriso: “Você tem que ser ator'”.
Isto é um coração duro. Nada mexia com esse homem. Ele se tornou tão endurecido, que se entregou ao adultério e ao mesmo tempo abria a Bíblia e pregava, sem um traço de culpa.
Se permanecer no pecado, você enfrentará a vara de Deus.
É aqui que tudo acaba quando você permanece no pecado. Você se torna totalmente estéril e sem frutos, e sem nenhum proveito para o reino de Deus.
Portanto,quanto mais tempo você permanecer no pecado, maior será o perigo do seu coração se endurecer.
Simplesmente fiquei esperando que Teu Espírito removesse tal pecado de mim?” Amado, nosso Senhor voltará breve, e não é hora de brincar com seu pecado.
( Trechos do artigo de David Wilkerson- Permaneceremos no pecado)